sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Ainda Aberta
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
No meu armário
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Nu inteIrior
É me entendendo e amando outras... Por Natália Oliveira
sábado, 27 de novembro de 2010
Venha
Venha, apesar da névoa instalada nesse dia de sol. Sente-se e conte-me coisas boas. Algo que tenha lhe feito feliz hoje, ontem ou semana passada. Qualquer coisa que puxou seu sorriso de um lado a outro e deixou o mundo mais colorido. Fale, eu ouvirei. Esqueça do sério demais, do formal. Ria, eu vou com você, afastando toda gente que diz que rir alto é “feio demais”. Não se acanhe! Não há nada de brilho aqui, além do sol. Venha assim mesmo. Não levo nada além do pano leve do vestido. Vestida de mim da cabeça aos pés. Chegue e sinta o seu ser também, ele pede para tirar o aperto. O nosso estreito. Sente-se. Fique.
Por Natália Oliveira
domingo, 21 de novembro de 2010
Um Batom
Ao senhor. Por Natália Oliveira
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Sem Saber
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Por Natália Oliveira
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Quando Matei Aula
Por Natália Oliveira
domingo, 31 de outubro de 2010
Até firmar os passos
Vai ser assim até firmar os passos de novo. Acostumada com o solo seguro, é difícil imaginar como será o imprevisível. O que se sabe é que o caminho já não é o mesmo, os passos não ficarão marcados como antes e isso a faz pensar que não é capaz de andar. Sente um arrepio na espinha, trava o mapa, gruda os pés na linha de partida. Um novo chão a espera, longo, vivo, uniforme. Ela o recusa. Chuta. Suja os sapatos. A terra levanta grãos em forma de poeira e depois assenta no mesmo lugar. Pensa, então, voltar para o caminho já percorrido, onde o andar lhe é familiar, mas ao mesmo tempo, sabe que não é feita de retrocessos. No fundo, gosta do embate, porque são eles que a tiram dela mesma. Cospe o pensamento, nega-se. Observa os canteiros, olha bem os refúgios e alimenta a certeza de que se não der, pode correr escondida, camuflada para o topo de alguma árvore. Mas mesmo vendo que os galhos a suportariam, sabe que não é na fuga do embate que elimina os medos. É vivendo-os. Briga consigo por pensar tantas contradições, manda e obedece o pedido de calar a boca. E cala. Cala os pensamentos, mas o corpo continua a gritar. Suas pernas tremem, o coração empurra o peito pra frente e para trás, gotas de suor escorrem da testa e molham a camiseta. Sente a saliva sumir da boca. Náuseas lhe jogam o estomago para um lado e para o outro, a cabeça parece girar. Tentando equilíbrio lança um olhar aos canteiros, vê bem os refúgios, sabe que pode fugir. Mas não foge. Corre! Corre pelo chão incerto, tropeça, afunda os pés no desconhecido, corta os dedos com pequenas pedras que saltam em seu tênis, mas continua a correr. Até que sua força se esvai, permite-se cair então. Seu corpo toca o chão áspero, tudo lhe dói. Ajeita-se no desconforto como pode, traz as pernas ao encontro dos seios e chora. Lágrimas grossas vão ao encontro de seus lábios, que ficam salgados. As dores lhe parecem as mais agudas que já sentiu. Com ajuda dos braços arruma as pernas e levanta-se, como bonecos de elástico. Finca os pés no chão. Sente medo, muito medo, mas já sabe que não é a mesma. Leva as mãos ao rosto para conter o suor que lhe molha. As árvores já não lhe parecem tão seguras. Equilibra-se, pega suas forças pelos fios, sustenta a vontade nos olhos e corre certa de que se machucará de novo, mas já não é mais a mesma. Por Natália Oliveira
sábado, 9 de outubro de 2010
A arte de cobrir os pés
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Férias
Vital
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Não é felicidade
Por Natália Oliveira
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
...
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Recém
sábado, 7 de agosto de 2010
Dona Josefa
Por Natália Oliveira
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Tempos Fugit
...Por isto, tire o tempo para ouvir suas músicas prediletas, ler seus autores preferidos, estar rodeado das pessoas que você realmente ama. Não temos tempo para tudo, para viver bem é preciso escolher o essencial.
Ps> Arrumando minhas coisas encontrei um cartão de aniversário, reli e gostei especialmente deste trecho que divido acima com vocês.
Por Natália Oliveira
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Reconhecer
terça-feira, 20 de julho de 2010
Dia do Amigo
Aos meus amigos agradeço o ano inteiro, despretensiosamente em horários diferentes, em dias sem data. Eles sabem do meu amor infinito, tanto que faço questão de declará-lo sempre, mas hoje... Hoje... No dia de hoje, as minhas palavras são daqueles que me deram todas as letras num dia só. Pessoas que passaram pela minha vida e cuidaram da minha alma, acalmaram o meu desgosto, seguraram as minhas lágrimas. Algumas cuidaram da minha fome, outras da minha falta de dinheiro e há quem pintou o colorido no escuro da minha casca. Outras enalteceram o meu nome e sorriram um sorriso impagável quando deixei moedas. Pessoas que me ensinaram geografia sem mapas, pedidos de beijo sem fala, dignidade no corpo vendido. Gente que me chamou de anjo. Gente com G e coração maiúsculos.
Bondosos por despertarem os mais belos sentimentos e audaciosos por me apresentarem os medos escondidos, gentis por me ajudarem tratá-los. Dividiram-me histórias, me convidaram para um mundo doloroso, mas seguraram os espinhos com as mãos para que nenhum deles me machucasse. Tomaram chuva por mim, me privaram do perigo. E no perdido me disseram que São Paulo não é para ser conhecido, mas do mesmo jeito deram um jeito de me achar. Até me pediram em casamento, acarinharam a minha rosa, me apresentaram colar de bolas com gosto de infância. Me protegeram em baixo de asas feitas de uma fragilidade forte.
Aos que me apresentaram a amizade num dia e me deram certezas de toda uma vida, ainda há gente de verso bonito. O Dia do Amigo sempre foi de vocês. PS: Às senhoras da minha humanidade: Creusa, Diná, Natália, Velinha do óculos, Moça que vende o corpo, Fernanda, França, candidata à mãe, dona do colar de bolas. Aos senhores do meu sorriso: Felipe, moço da carroça, dono das muletas, parceiro da loucura, guardião da paz, menino do paraíso, Enoque, seu Vicente, senhor da salada, Antônio. Por Natália Oliveira
sexta-feira, 16 de julho de 2010
À Dona dos Cachos Dourados
Na verdade, fácil de entender você nem sempre é. Ora ri com o estômago, ora chora com as tripas de fora. Intensa como a vida deve ser? Não sei, mas ser com você, já que é para ser, que seja direito! Você é!De pijama e tudo, no mar. De pés sem sapatos, de molequice em baixo do braço, de lordose e unhas roídas, mas de verdade! Com verdade transparente! Quem vê você, vê você. Frente e verso, fora e dentro dá no mesmo. E por falar nisto, injustiças fora, transformações dentro, assim é você.
Você de cabelos de criança, de olhos vivos e de um desejo meu. Se eu fosse mago a transformaria num cristal para apresentar para todo mundo um pedaço meu, o pedaço cristalino meu. Você não me explica, mas eu sei que é a sua doce essência que dilata os seus olhos quando olha o jeito meu. Você, minha amiga, minha parte, minha criança bonita. À minha Flávia, a menina de cachos dourados, a minha.
Por Natália Oliveira
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Veludo
Se poderei voltar a sonhar, deixo a resposta ao futuro. Estou feliz por ter conhecido pessoas como a Vã, a Michele e agora você. É uma realidade surpreendente a essa altura da vida. Ou um milagre, como você prefere. Não há mais amargura em mim.
Numa destas trombadas de calçadas apertadas seu coração derrubou tudo que guardava. De precioso, recolhi os sentimentos numa caixa de madeira, encapada a veludo. Lá dentro misturou tudo, o mais bonito com o mais vivido, no final das contas era um infinito só!Por Alvaro Vianna e Natália Oliveira
terça-feira, 13 de julho de 2010
Menino do sorriso, do paraíso
Em todos os canais. Todos. O mesmo caso, a mesma morte, o mesmo desespero estampado na tela. Eu já derrubei no teclado a minha angústia algumas vezes aqui. Já declarei minha previsão: a humanidade ainda se afoga em água salgada. É muita lágrima, diariamente e de enxurrada. E o nosso medo aos poucos ganha nome: Bruno, Mizael, Nardoni, Suzane, Lindemberg, entre tantos outros, que os novos casos nos ajudarão esquecer. Na fila do supermercado, na sala da casa, nas mesas de cerveja e nos cantos da cidade o assunto chega e fica por tempo indeterminado. A dor enraizada petrifica as palavras, arranca do povo até a fé. A fé na alegria teimosamente perseguida e quem sabe conquistada. Na tristeza a descrença chega forte, rasteira já para derrubar. Salve-se quem puder! Sexta-feira à noite é banquete para mágoa presente, porque é a hora que o ciclo fecha. O momento em que a cabeça tá livre dos deveres, mas a procura de se ocupar. Os pensamentos se apresentam, a realidade vem logo atrás, embutida em cada reflexão. Pontadas, levemente pontadas, mostram a conexão brilhante e dolorida entre alma e coração, cérebro e tudo isto. Inevitável. Pensava em tudo isto, enquanto falava sobre outras coisas. Esperávamos pelo garçom, ele traria nosso refúgio em bandeja. Tínhamos escolhido uma mesa com quatro cadeiras, perto do parquinho infantil do restaurante. Algo no canto, diferente do que tinham nos sugerido. No salão vários pratos desfilavam por cima de nossas cabeças, a gente esperava. Tamborilando a impaciência nos dedos, te encontrei. Um vidro nos separava. Você no colorido, eu na escuridão da minha casca. Comia pastel com papel e tudo. Em silêncio lhe perguntei: “às vezes viver neste mundo de grande é como comer folha amassada, duro de engolir, arranca água, sabe?” Você nem notava. Em algum momento me olhou e sorriu desconfiado, encostado em quem te protegia. Era pequeno de corpo moreno, não tinha mais que três anos. Com vergonha, eu pedia para entrar no seu mundo, mas senti minha passagem censurada. Talvez fosse pequena demais. Então você deitou o rosto no ar e o teu sorriso chamou a minha calma, acalmou a minha alma. E a nossa esperança aos poucos ganha nome: menino do sorriso, do paraíso, ainda há. Eu tenho sido mal representado por aqueles que não Me conhecem, mas não Estou ausente ou zangado (I Jo 4:16)pois sou a expressão completa do amor. Se deleite em Mim e Eu darei a você os desejos do seu coração (Sl 37:4)pois fui Eu quem colocou esses desejos em vocês (Fp 2:13) Por Natália Oliveira
sábado, 10 de julho de 2010
A Carta
sexta-feira, 9 de julho de 2010
A Paz da Minha Paz
Eu corro, mas a paz me chama. Invade-me aos poucos e convida-me de um jeito irresistível a ficar junto. Eu tento um argumento, mas ela é teimosa, não aceita, não arreda pé. Amiga íntima da vida que passa e que sabe o que há de melhor, me convence. Eu entrego a minha alma, então. Ela fica satisfeita e me alegra de um jeito doce. O suspiro carrega o vento, a tarde cai ao nosso alcance.
Por Natália Oliveirasegunda-feira, 5 de julho de 2010
Ou não
Foi uma coincidência incrível. Minha mãe me pegou pelo braço e disse “Naty, veja se consegue baixar Mãos Talentosas, o pastor Ricardo disse que é ótimo”. Era domingo, na igreja, ela falava aos cochichos. No dia seguinte uma amiga, o pequeno Sol já mencionado aqui, me mandou e-mail sobre a mesma coisa: “precisamos combinar de ver Mãos Talentosas, é lindo, lembrei de você”. Hoje vejo pela segunda vez a história de Benjamin Carson.
Não sei fazer críticas de filme, mas está tudo tão aos montes aqui dentro que as impressões estão pulando no teclado. Carson nasceu em lar pobre, filho de pai ausente e mãe analfabeta. Na escola somava notas ruins e sofria constantes gozações de outros alunos, algumas vezes resolvidas com agressões. Discriminado por ser negro, não via potencial em nada que fazia.
O que de bom poderia vir de Carson? Ter nascido em solo estrangeiro não impede de enxergarmos o destino. Temos exemplos todos os dias, nos faróis, nas calçadas, nos noticiários. Quando viram documentários, o acesso de compaixão vem certeiro. O que esperar de alguém que sofreu tanto? Revolta, claro. Uma mínima reação a tudo de ruim que aconteceu. Ou não. O ou não é fascinante.
O ou não une dois extremos: a dúvida e a certeza. A dúvida dos ultimatos e a certeza de que se pode ir bem mais além do estipulado, é só trabalhar duro e não conhecer o limite.
Por Natália Oliveira
domingo, 4 de julho de 2010
Take for me
Aproveitei a luz do quarto e me ajoelhei. Não consegui dizer nada, além do pedido de ajuda num balbucio. Pedia um encontro, meu coração gritava.
Sai de sua presença triste. Realmente triste. Uma vontade boa de chorar apertava meu peito, mas nem as lágrimas me acompanhavam.
Depois de tanto sorriso sincero, meu coração espremeu, desespero veio levemente e de repente se instalou sem dizer por que.
Um desabafo, amigos ao socorro, as lágrimas rolaram grossas. Reaprendi a soluçar. Chorei com todo corpo.
A água inundou tudo, molhou o roxo do vestido. A onda trouxe o profundo e eu entendi: medo de viver do mais autêntico. Medo de usar os dias sem saber se são mesmo para o que tenho feito.
Quando a margem cessou, sequei os olhos ainda marejados e num agradecimento sem palavras senti o que precisava: a falta de certeza, mas a doce presença em qualquer caminhada.
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. João, 14:1 -
Por Natália Oliveira
A Vida
Quero uma felicidade permanente, sorrisos em lábios que me beijem. Quero, não a ausência de problemas, mas as mãos que se unem para resolvê-lo. Quero um poema que cante a eterna presença daqueles que se foram. Quero a vida, a vida bem sentida. Quero as lágrimas que suplicam um afago acessível. Abraços demorados, gargalhadas que nos levem ao chão. Quero amor eterno, destes que não se encontram mais. Quero amor, destes que não se compram nem se vendem, mas que se recebe de graça e pela graça de uma doação sincera, sensível e simples. Eis o meu ideal de Vida.
Um dia encontrarei esta Vida.
Por Renato Marques, meu amigo. Meu fiel e bondoso amigo.
Visitem o coração dele: http://poemado.blogspot.com/
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Sobre meu lado mediano
Eu assumo meu lado mediano e desde então a gente convive bem. E é um bem para melhor, com leveza e picos de felicidade. Já não há espaço para pressão, mandei-a embora por justa causa. E deixei avisado na portaria: caso ela volte mostre o aviso colado na fachada “não aceitamos comparações”.
Eu sei o tamanho do meu lado mediano, não preciso de dedos apontados para lembrá-lo. Sei que ele é um gigante diante de uma menina, mas ela tem uma vida inteira ainda. E tenho dito: nada de receber caixas de ultimatos e sacos de prazos, um passo atrás do outro, direto para casa e cara nos livros. E pernas na estrada. E mercúrio nos joelhos. E experiências das cicatrizes.
Eu sei o tamanho do meu lado mediano e já preparei o tênis, por isto não me venha com teorias prontas, porque é na margem que eu me encontro. São das pegadas menos exploradas que eu trilho o meu caminho. É sem pressa e nos intervalos que entendo de tudo. É na rua, é no meio, é no cheio.
É na conversa com ilhas, com amigos, comigo. É me carregando às vezes, é me abandonando outras, é me reconhecendo. É no foco da busca, é na direção contrária, é no destino mutável, é na estrada de gente. É ao lado do meu lado, é na direção da minha vida, é na busca dos meus desejos, é na força para vencer os medos. É na certeza do meu mediano, é no perceber das minhas falhas, é na disposição para consertá-las, que eu chego. Eu chego.
Por Natália Oliveira
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Pérola Negra
Desci do ônibus e você tava lá, sentado. Mas antes mesmo do motorista abrir a porta já te via, você não, ainda. Me aproximei e perguntei de você a você, sua resposta foi linda como a outra, um sorriso aberto de afastar os dentes, todos marrons. Sem palavras você esticou o braço, fui ao seu encontro e ganhei um presente estalado, gostoso. Estiquei as costas, mas você me chamou de novo, curvei o tronco e com leveza você juntou o meu rosto ao de sua “mama”. Ela abriu os lábios num sorriso, faltava um dente, mas era incrivelmente bonito, como o seu. Sorrimos os três. Atravessei a rua e antes de me entregar a corrida de atraso, olhei para o lado, você abria os braços pedia um abraço.
Certa vez ouvi dizer que a vida é um mosaíco, gosto da ideia e busco organizar as minhas peças. Algumas encontro em mim, outras em minha família, outras nos meus amigos, mas há aquelas que exigem mergulho e disposição para encontrá-las, não são vistas diariamente, é preciso treino, desprendimento. Ainda assim, viver sem elas é como pegar uma concha e se perder em suas cores, sem ao menos notar a beleza da pérola.
Por Natália Oliveira
terça-feira, 29 de junho de 2010
Flaques d'eau Noire
Das perguntas que fiz, só respondeu que trabalhava em casa de família e que lá ninguém parava para ver partida. Depois se concentrou em me contar a história de sua vizinha e a luta para conseguir emprego. “Ela não tinha faculdade, se sentia burra, mas era esforçada, sabe?” Sei, pensei. “Ai ela queria muito entrar numa empresa e os outros candidatos tinham muito mais preparo, só que ela era esforçada e acabou conseguindo.”.
Contava sem olhar para o meu rosto, mas às vezes, de repente, olhava fixamente em meus olhos, franzia um pouco a testa e com um ar de estranheza silenciava. Algo de pueril transbordava naquelas pequeninas poças negras, eu mergulhava. Do assunto da amiga, me falou do seu companheiro. Daquele que ela pede para dar uma força para a seleção ganhar. Recitou de cabeça algumas palavras Dele e me deixou o Salmo 112 para desfrutar.
Entre um letreiro e outro, apareceu o meu destino. O ônibus parou além do ponto e as pessoas subiram ligeiras. Antes de deixá-la, perguntei seu nome. “França e o seu?”. “Natália”. Numa nítida surpresa ela sorriu com empolgação. “Minha filha adora este nome”, disse e acompanhou meu caminho em busca do ônibus, que já se preparava para sair. Deixei França ali, em Santo Amaro. Cheguei em casa, abri a bíblia, li o salmo, fechei o livro com um sorriso, fazia graça. Geografia de pele morena, poças negras e ar sereno, ali, do meu lado, entre a rua e a calçada... e eu todo este tempo em busca de mapas...
Por Natália Oliveira
sábado, 26 de junho de 2010
Damas primeiro
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Logo
Surdez
Surdez consciente é a pior coisa que existe, porque cala o coração alheio na marra.
Surdez afiada machuca, porque obriga a esperar uma vez que não vem, não vem.
Por Natália Oliveira
domingo, 20 de junho de 2010
Diá rio
Por Natália Oliveira
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Alimenta de que?
O refeitório estava cheio. Num gesto de nítido desespero levantou a porcelana da bandeja e sem saber o que fazer retornou-a no mesmo lugar. Percebendo o movimento, uma das atendentes recolheu a louça e pediu para que ele pegasse uma outra, limpa. Ele foi, eu sai em busca de uma mesa. Sentada o vi passar com o prato vazio, depois de alguns instantes. Olhei para os seus olhos numa tentativa de lhe dar conforto, ele só olhava para frente, parecia com pressa.
Por Natália Oliveira
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Pérola Negra
Desci do ônibus e você tava lá, sentado. Mas antes mesmo do motorista abrir a porta já te via, você não, ainda. Me aproximei e perguntei de você a você, sua resposta foi linda como a outra, um sorriso aberto de afastar os dentes, todos marrons. Sem palavras você esticou o braço, fui ao seu encontro e ganhei um presente estalado, gostoso. Estiquei as costas, mas você me chamou de novo, curvei o tronco e com leveza você juntou o meu rosto ao de sua “mama”. Ela abriu os lábios num sorriso, faltava um dente, mas era incrivelmente bonito, como o seu. Sorrimos os três. Atravessei a rua e antes de me entregar a corrida de atraso, olhei para o lado, você abria os braços pedia um abraço.
Certa vez ouvi dizer que a vida é um mosaíco, gosto da ideia e busco organizar as minhas peças. Algumas encontro em mim, outras em minha família, outras nos meus amigos, mas há aquelas que exigem mergulho e disposição para encontrá-las, não são vistas diariamente, é preciso treino, desprendimento. Ainda assim, viver sem elas é como pegar uma concha e se perder em suas cores, sem ao menos notar a beleza da pérola.
Por Natália Oliveira
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Sapato Apertado
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Ao contrário de
Por Natália Oliveira
sexta-feira, 14 de maio de 2010
As Ruas Falam
Por Gay Talease
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Medo de Escuro
domingo, 9 de maio de 2010
À minha
Os cabelos finos carregam a imagem da primeira boneca, feita de espiga de milho, que ganhava vida em mãos pequenas e roliças. Corriam de um lado para o outro, pés descalços, sujos do jardim de barro da casa simples. Na infância, pais e mães separados, na vida adulta, a melhor referência de família que poderia entregar de graça presente.
É dona de uma olhar de super heróis, identifica qualquer dor camuflada, por mais escondida que esteja, e diante de qualquer segredo necessariamente confidencial, silencia.
E do significado que leva, é uma das mais bonitas personagens, mãe da forma mais bela. À minha em especial, mas deixo meu abraço a todas, por nos darem o privilégio da vida.
Por Natália Oliveira
sábado, 1 de maio de 2010
Enoque, Fernanda, Eu
sexta-feira, 30 de abril de 2010
A Partir De
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Me dá um presente?
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Eu Ela Meu
Por Natália Oliveira