sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Obama Disse o Que Meus Pais Viveram!

Hoje, lendo o depoimento do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, me senti um tanto próxima de suas palavras. As li, como se estivesse ouvindo-as. Senti, como se estivesse vendo-as em ação, numa mistura de pernas, braços e experiências tão significativas de vida. Grande parte das verdades de Obama foram-me ensinadas ainda quando pequena, ainda quando eu era incapaz de prestar atenção em uma longa conversa. Foram me mostradas seguidas de sorrisos presentes e olhares acolhedores. O Obama disse: “Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, nós entendemos que a grandeza jamais é dada. Ela precisa ser conquistada.” – Eu digo: Incapaz de sair de um lugar sem deixar boas lembranças, minha mãe me ensinou que simpatia e gentileza são as melhores formas de se alcançar um coração. Ela se mostrou grande, quando o mundo se mostra pequeno. O Obama disse: “Por nós, eles fizeram a mala com suas poucas posses terrenas e cruzaram os oceanos em busca de uma nova vida.” – Eu digo: Meu pai optou por viver aos 12 anos, quando tudo em volta caia em sua cabeça. Ele atravessou oceanos de obstáculos com nenhuma posse e segurança, mas mesmo assim cruzou oceanos. Hoje ele é a referência de como a esperança e a persistência são aliadas aos homens de bem! Obama disse: “Continuamente, esses homens e mulheres se sacrificaram e trabalharam até que suas mãos criassem calos, para que pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América maior do que a soma de nossas ambições individuais; maior que todas as diferenças de berço ou riqueza ou facção.” – Eu digo: Meus pais trabalharam, não pelos Estados Unidos, mas pela minha vida e a dos meus irmãos. Éramos apenas crianças, quando começaram a criar um futuro para nós! Eles pensaram em nós antes mesmo de sabermos o que era a vida. Obama disse: “Porque, por mais que o governo possa fazer e precise fazer, em última instância é da fé e da determinação do povo americano que esta nação depende. É a bondade de receber um estranho quando os diques se rompem, é o desprendimento de trabalhadores que preferem reduzir suas horas a ver um companheiro perder o emprego o que nos auxilia em nossas horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro de subir uma escada cheia de fumaça, mas também a disposição de pais de criar uma criança o que, no fim das contas, decide o nosso destino.” – Eu digo: É os meus pais, é os valores deles, é o caráter que ensina sem palavras e a alegria que constrange. São eles. Obama disse: Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais nós os enfrentamos podem ser novos. Mas aqueles valores dos quais nosso sucesso depende - trabalho duro e honestidade, coragem e justiça, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo, essas coisas são antigas. - Eu digo: São antigas, mas não extintas. Ainda existem, vivas e firmes, fortes em nós, que aprendemos com eles. Eu ainda digo: Meus pais não nasceram nos Estados Unidos, pelo contrário, eles cresceram tentando sobreviver no Brasil. Algumas pessoas foram duras com eles, a realidade nem sempre se mostrou amiga, mas mesmo assim eles venceram! Não porque tinha uma força fora do comum, mas porque esbanjaram determinação. E eles não subirão em um palanque para falar a história de vida a milhões de pessoas, porque elas não ouviriam. Meus pais falam com o coração!
Por Natália Oliveira

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Atenção senhores passageiros – 2

Como um texto é pouco para falar de ônibus, resolvi escrever o segundo. Antes de começar, não deixarei de reconhecer a ajuda valiosa de uma amiga, que agüentou firme, sem tapar os ouvidos, todas as perolas “transportais” para enfim colaborar com a risada de vocês. O nome dela é Gabriela Fernandes. [Palmas]. Atenção para as primeiras instruções! Antes de entrarem no ônibus, mantenham o bilhete único em mãos, é um tanto irritante esperar uma mulher procurá-lo na bolsa, que cabe a mãe, a vó e ela dormindo dentro. Se forem mais práticas, uma enorme fila não se formará e o motorista não terá que esperar toda aquela gente pendurada na porta entrar. Peço, que não fiquem esperando para ver o saldo. Vocês atrapalham a passagem, certo? Não é difícil. Simplesmente entrem, sentem, não durmam, não babem, não fedam, não soltem pum, não falem mal do chefe porque o mundo é um orkut, não joguem o lixo pela janela, não finjam que estão dormindo quando passageiros preferenciais entram, não dê lugar a essas pessoas torcendo para que recusem – eles percebem. Depois das regras de bom uso, vamos lá! “Quem precisa de mais manOtenção aqui? Eu não sei se é o ônibus ou o motorista, que não aprendeu a dirigir, porque está devagar e quebrado” – [ Eu acho que é a senhora que precisa fazer uma manutenção em seu português, minha senhora! Opa, acabaram de me dizer que a palavra é uma gíria. Ela falou com o Mano e pediu Atenção, sacaram? ManOtenção] – Foi sem graça eu sei! O ônibus breca e uma senhora grita: “Tá carregando boi não, motorixta” – [Lógico! O marido dela ficou em casa, né?] E por fim, mas não menos importante. “Eixa ‘penga’, esse motorista tá me deixando quebrada. Pior que dança uma noite inteira no forro, né?” – [Perfeito! Agora imaginem a cena: Uma penga, que deixa a mulher mais quebrada do que dançar uma noite inteira no forró! Só pensem, por favor! Mentes poluídas!
Não levem a vida tão a sério!
Por Natália Oliveira

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Um Certo Alguém!

Talvez exista em algum outro lugar do mundo alguém que saiba o que sinto só pelos meus olhos. Alguém que me abrace na ausência de palavras, que alcance meu coração com um olhar e que me acarinhe os cabelos sem perguntar se estão penteados e limpos. Talvez exista alguém que aceite rindo todas as minhas confusões e me olhe nos olhos dizendo que às vezes me preocupo com besteiras demais, mas que mesmo assim ouve todas elas. Talvez exista em algum lugar alguém que me pergunte insistentemente várias vezes ao dia se vamos casar, com quantos anos e se teremos um labrador. Alguém tão moleque, tão bobo, tão tímido e ao mesmo tempo tão homem. Alguém que tome conta dos meus pensamentos durante o dia e me faça esquecer dos trabalhos. Alguém!Que ande de bicicleta comigo, que segure a minha mão forte e que é vítima e motivador das minhas brincadeiras infantis. Talvez exista em algum outro lugar do mundo alguém parecido com você, que troca coisas até então tão necessárias, por outras tão eternas, mesmo sem certezas, mesmo sem possibilidades. Que me leve a outro mundo, aquele que um dia sonhei.Alguém que não me deixa um dia sem me dizer: Sabia que eu amo você?Alguém como você!Eu também amo você!Só você! Por Natália Oliveira

Carta Aberta

Beijo na rua renderá prisão em cidade mexicana. Os Beijoqueiros, assim como os adeptos da esmola, do cuspe e das disparadas de palavrões estão com seus dias contados! A lei aprovada pela Prefeitura de Guanajuato prevê uma pena de até 36 horas de prisão ou multas de até 500 mil pesos (cerca de R$ 84 mil) para os infratores.
Ok!Eu assobio, enquanto olho o café fumegante, e finjo que tudo isso é perfeitamente normal. Dou uma risada nervosa e ao primeiro que pergunta: o que você tem? Desabafo! Galera, vamos lá? Qual caminho que o mundo pegou? Para onde ele vai, que eu não estou conseguindo acompanhar! Não consigo entender, alguém me explica?
Em tempos que se mata e se morre por motivos banais, que os consultórios estão cheios de depressivos, que se vale mais o que se tem do que se é, e que se fala muito mais com a mãe por msn do que deitado em seu colo, os homens do poder se preocupam com as tão raras demonstrações de amor?
Em vez de olhar para os inocentes que morreram no conflito entre Hamas e Israel, em vez de se preocupar com a prevenção da fome ou da doença curável, que mata uma criança a cada 5 segundos no mundo, em vez de olhar para os ataques terroristas no Afeganistão, você se preocupa com beijos, senhor prefeito?
Se não tem o que fazer na cidade em que você foi eleito, olhe ao seu redor! O mundo tá caindo e você aprovando coisas sem sentido. As pessoas estão perdidas, sem rumo. Aproveite esse momento, prefeito, já que você está com o tempo livre, para aparecer nas manchetes dos jornais com algo que faça a diferença, que mude realmente o mundo, ou minimamente a cidade em que o senhor é pago para cuidar.
O amor tá sumindo, senhor perfeito! Os beijos também! E com o pesar no coração confesso: sem a sua ajuda!
Por Natália Oliveira

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Quanto Tempo Falta?

É o que eu me pergunto quase todos os dias. Quanto tempo falta para eu conseguir tudo que eu quero? Quanto tempo falta para a felicidade chegar na minha porta, dar um chute na maçaneta e, sem avisar, invadir o meu quarto, confundindo minhas idéias? Quanto tempo falta para eu deixar de ser o que eu não gosto e começar curtir sozinha qualquer domingo à noite sem ter medo da segunda-feira? Quanto tempo falta para eu deixar de culpar as sociedades insanas, que eu ajudei a criar, e começar a viver minha própria história? Quanto tempo falta para eu criar coragem e me libertar dos meus conceitos que me aprisionam? Quanto tempo falta para eu atravessar esse caminho que me distancia tanto de vocês? Essa distância que colaborei com tijolos de preconceitos inúteis e sem fundamentos, que só crescem ao redor de todos nós. Quanto tempo falta para deixarmos de lado o orgulho e reconhecermos que o mundo é feito de nós e o que funciona aí, pode funcionar aqui? Que dia está marcado para sermos iguais? Que dia poderemos ser um só? Um só impulso de mudança? Vamos parar de reclamar e se lamentar tanto, quando? Como soltaremos nossas mãos desse imenso imã de amargura que criamos para nos prender, enquanto sonhamos com a tão ilusória liberdade? Por onde vocês andam que não entendem e nem me fazem entender, onde estão todas às suas caras? Se me permitem, me refiro às verdadeiras. E ai me pergunto, por onde nossos pés deixaram marcas? Algum caminho para a felicidade chegar na sua porta, dar um chute na maçaneta e, sem avisar, invadir o seu quarto, confundindo suas idéias? Não? Como saber quando tá tudo escuro e demora para clarear? A coragem para ligar a luz vem? A dúvida também. Enquanto não passa a gente fica sentado no cantinho e não estende a mão, só o coração que pula e pergunta: Quanto tempo falta? Por Natália Oliveira