Muita coisa poderia ter sido diferente...
Vários planos ficaram pelo caminho e mais uma vez vou ter que refazê-los, achando espaço entre tantos outros que ficaram para trás. Deu uma preguiça danada, quando não era para dar. E tive disposição para começar e concluir coisas que poderiam, ou melhor, nem deveriam ter acontecido. Cheguei atrasada, perdi oportunidades, desfiz planos, abandonei caminhos por medo e por desleixo. Descobri meu lado chato, intolerante, e briguei feio com ele, até fazer as pazes de novo. Redescobri o prazer do exercício físico e logo entendi que nunca teremos uma boa relação. Ou teremos? Quem sabe.
Aprendi a ter coragem para romper ciclos, para aceitar o doído e para esquecer todas as vantagens de ser forte. Apresentei-me - ou me foi apresentado – à minha parte escura e foi uma das coisas mais bonitas que poderiam ter feito por mim esse ano. Conheci lugares, conheci pessoas, juntei várias gentes numa gente só. Admirei o quadro bonito que faz a singularidade compartilhada, sem podas. Fiz novos amigos, reforcei os laços com os velhos e aprendi que estarão comigo para sempre, se der. Prometi a mim e aos outros uma liberdade próxima e senti o gosto doce da palavras "tentei".
Do mais. Continuo achando que o tempo é curto. E que viver é tão simples que a gente confunde tudo. E que por isso a gente perde tempo demais tentando entender, quando a vantagem de ser gente é sentir.
Por Natália Oliveira