Eu entrei no mundo que o passaporte é o sorriso. Onde nem precisa RG, onde o único dever é ser você. Lá o brilho do sol, é o brilho do rosto que vem da garganta, de dentro. Onde ninguém mata ou pede tempo.
Lá a menina de roda pode andar, a senhora gordinha modelar e o cabelo crespo molhar. É onde o cego enxerga o coração, o surdo é maestro e o mudo sabe falar de tudo. É o lugar que o violão toca sem parar e o menino se permite dançar.
Não existem escolas, mas existem escolhas e lá todo mundo decidiu ser livre de si. As pessoas se doam, se entregam e se cuidam e é incrível como ninguém fica sem cuidado. É todo mundo bem olhado.
Elas se juntam nas praças e se abraçam em milhares de braços. Jogam baralhos, gargalham e trabalham muito menos que nós. Elas plantam, colhem e comem por fome, só. Não sustentam vícios, dizem que ser feliz, é ser assim.
Lá não tem moda. A grife é viver do simples, é brincar com a vida e tudo que precisa existir para dar sentido não vale. Lá é diferente daqui. Lá se pula da cama, se aceita, se topa. Lá lambuza com morango, com conversas, com elogios, com água de cachoeira.
Lá não estuda até ficar velhinho, mesmo sem saber o que quer ser. Lá ninguém diz o que tem que fazer. Lá o único dever é ser você. Eu passei por lá e agora conto para você. E se não puder viajar, eu invisto em você!
“Vida eterna é aquela que não acaba com a morte”
Ps: Baseado em ilusões reais.
Por Natália Oliveira