É divulgado. Brasil receberá a Copa do Mundo de 2014. A informação é do Comitê Executivo da Fifa ao site Globo Esporte. O caderno de encargos, cheio de normas e solicitações, já foi entregue ao país. A responsabilidade de suprir todas as necessidades do evento, como estádios completos e transporte, é verde e amarela. As Olimpíadas de 2016 causam especulações. Futuro incerto. Brasileiros de braços abertos. Sem respostas, ainda.
A notícia vem e pelos quatros cantos do território, visto como terra da bunda, do samba e do futebol, é inevitável os questionamentos: e a capacidade? O Brasil consegue receber um evento desse tipo? Consegue! Claro que consegue. Ninguém abre a janela do quarto quando está nu. Ainda mais quando o público é o mundo. Ousados, mas não ingênuos. Jogos dessa amplitude são vitrines, ninguém quer aparecer liquidado nelas.
E afinal, estádios, quadras, piscinas e pistas se constroem em meses, ou não? A tradição que envolve a dificuldade e a falta de dinheiro surge somente das propostas nacionais que pedem hospitais, escolas e saneamento básico para o povo. Somente delas. Receber estrangeiros, montar o circo, esconder a falta de incentivo ao esporte, negar que perdemos atletas todos os anos para países mais estruturados e acreditar que engana. É baba. Já virou profissão.
O transporte vai funcionar como o patriotismo brasileiro. Sempre de quatro em quatro anos. Sempre diante de um truque ilusionista que traz momentaneamente a solução de todos os problemas. A nação veste a camisa, pinta o rosto e coloca a bandeira no quarto, que cega e propaga a ideia de que “aqui tá tudo certo. A gente tem dinheiro de sobra, dá até para fazer Copa e quem sabe as Olimpíadas? Batem no peito e dizem “meu país”, enquanto andam no ônibus da 8º frota nova, comprado com o dinheiro do Metrô. Um país novo. Ê terra maravilhosa.
O evento passa e os anfitriões limpam a casa, enquanto buscam o que sobrou para vê se dá para remendar. Tiram daqui para pôr ali, mas sem preocupações, afinal com cara ou sem vara, o pozinho eventual, alucinógeno está ai, para tirar toda a atenção da mais nova peraltice brasileira. E sem especulações! O povo queria festa, não queria? E a teoria afirma: os meios justificam os fins. Passos longos e sem direção, mas passos longos.
Para os preocupados, um tranqüilizante. O Brasil não fará feio. As expectativas serão superadas, as exigências cumpridas e as normas respeitadas. Afinal de contas, estádios, quadras, piscinas e pistas se constroem em meses, ou não? A tradição que envolve a dificuldade e a falta de dinheiro surge só das propostas nacionais, que pedem hospitais, escolas e saneamento básico para o povo. Só delas. Ê Brasil.
Por Natália Oliveira
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