E eu tô de saco cheio, gritei. Bati a porta e assim que atravessei o portão senti o vento refrescar meu rosto. Atravessei a rua movimentada e, sem perceber que era observada, peguei o primeiro ônibus que parou.
Sentada ao lado de um desconhecido, travei uma conversa sem nexo algum. Falamos sobre futilidades, discutimos assuntos sem fundamento e rimos até nossos olhos encherem de água.
Cheguei ao ponto final feliz por não saber onde estava. Olhei pro céus, agradeci. Sem olhar para trás deixei minhas pernas decidirem meu destino.
Avistei nuvens verdes aos meus pés. Tirei meus sapatos. Larguei minha bolsa. Joguei para o alto todo o trabalho que tirou meu sono. Senti a natureza mais perto de mim, abracei.
A paz que tanto busquei vinha solta em forma de canto. Já não lembrava mais de nada. Meu trabalho, minha chefe, tudo tinha ficado para trás. Tudo.
Deitei e senti toda a energia daquela terra marrom forte. A sombra das árvores me cobria. As nuvens afastavam a luz do meu rosto. E eu adormeci.
Foi num dia desses...
Em uma quinta-feira qualquer...
A primeira noite que consegui sonhar com toda a coragem que me ensinaram não ter.
Por Natália Oliveira
Um comentário:
Viajei looonge nesse texto.Parabéns pela criatividade Ná!
Postar um comentário