terça-feira, 2 de março de 2010

Pro alto

A gente discutia distribuição de renda, periferia, carro blindado. A gente discutia barreiras invisíveis, intransponíveis, elite. Pobreza, casa no Morumbi, favela logo ali. É culpa! Culpa de quem tem muito e não divide. É mais que obrigação abrir a mão, tem muito o que custa? Custa o preço da mesa sem pão, custa a escola do menino que não teve educação e da menina que foi para a prostituição sustentar o teu vício, cidadão! O teu vício de segurança que não segura nada. A sua insegurança que brota em mentes erradas e que no final derrama, patrão. É obrigação abrir a mão.
Obrigação? O problema está na base, o problema é educação. Sem ela não tem dinheiro que resolva, não há elite que transforme, que mude, que construa. O problema é a educação que não mostra opção, que não abre a cabeça do cidadão. Filho, meu amigo, não se sustenta só com água e pão, tem que ter educação. Mãe, pai e comunhão. União na luta por um cidadão, é a vontade que surge na ação. Age! Olha pro prédio alto e para de dar tiro pro lado. Age. Porque na elite também tem ganha pão. A obrigação não é abrir a mão, é o governo investir em educação. Assistencialismo, de uma vez por todas, não.
Distribuição, periferia. Barreiras invisíveis, intransponíveis, elite. Pobreza, Morumbi, favela logo ali. É culpa! É? Culpa do privilegiado da boa geração? Ou do que não se contenta com a pobre situação? Culpa de quem? Do que herdou costumes de uma boa tradição? Ou daquele que luta para manter arroz, farinha e feijão? É culpa! De quem? É culpa! De quem? Quer saber? Pro alto o pão, o arroz e o feijão. Pro alto a educação, a vida boa e a mansão. Pro alto. Pro alto. O que falta é compreensão. Compreensão. O que falta é a elite entender qual é a dor da barriga que clama por pão, o que falta é a miséria ver a cor da solidão numa mansão.
O problema é educação. Numa sociedade igual a nossa, heroi é vítima e vilão. Compreensão.
Por Natália Oliveira

3 comentários:

Daniel Savio disse...

Penso que seja um problema conjunto, pois não adianta haver os meios senão houver vontade de evoluir na sociedade (atualmente o pessoal pensa que a ajuda do governo exclui o trabalho para melhorar de vida)...

Fique com Deus, menina Natália.
Um abraço.

Dayse Oliveira disse...

E essa Natália que escreve me ensinou que, antes de tudo, é necessário ter disposição. E daí nasce o interesse pelo outro, um olhar atencioso, um ouvir mais cuidadoso.

Pensamento aqui é Documento disse...

É um debate eterno, né Dan? Mas concordo com você, existirá sempre dois lados. E somando eles a gente vai para frente.

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Pequena, a dona das minhas mais profundas reflexões. Na faculdade sempre tenho aulas extras com você!

Beijos queridos!